terça-feira, 30 de setembro de 2008

O por quê da ausência

Há dias em que o tempo sobra e a inspiração falta. Há dias em que a inspiração sobra e o tempo falta. Mas na maioria dos dias o tempo e a inspiração faltam.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Fim ou O Recomeço

De repente o que era doce ficou amargo e o que era rosa virou cinza. A vida revirou-se e o amor escondeu-se quando a ira apareceu. E o mundo ficou escuro como o fundo do universo. O que era dois virou um, o que era a favor ficou contra e a trilha acabou numa bifurcação.
Não tinha o que pensar mais, não havia mais o que falar e a discussão tinha se esgotado. Agora só restava a decisão final: mitose ou meiose.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Offline

A menina foi para fora do mundo cotidiano. Parou de passar maquiagem, deixou os olhos descansarem da lente de contato. Se isolou do mundo cibernético. Não pensou em trabalho, nem em faculdade. Não viu o horizonte de todo dia e nem o mesmo amanhecer.
Acordou cedo, comeu bem. Passeou. Jogou cartas. Tomou café. Sentiu o amor de mãe. Quando a menina percebeu, já era hora de voltar.

domingo, 24 de agosto de 2008

Eterna

Morar em São Paulo é viver sozinha numa cidade com milhões de habitantes. Todos os dias subo e desço o elevador do prédio sem ter constrangimentos de ficar olhando pro nada com uma pessoa ao lado. Vou pra academia sozinha. Moro com mais duas pessoas que praticamente não encontro.
Os únicos momentos que me dou conta que existe muito mais gente do que eu imagino na cidade é quando eu pego um ônibus lotado, daqueles que é impossível entrar. Nessas horas, é cada um por si e salvem-se o motorista e o cobrador! E novamente vejo que estou sozinha.
Só me resta cantar agora: "Eu nasci assim, eu cresci assim..." E será sempre assim. Solidão!

sábado, 16 de agosto de 2008

Conversa com Koala

Ora, se até mesmo a natureza é dual (noite e dia, terra e água, vida e morte) como poderíamos nós, meros mortais, sermos um só?
É ruim para nós a igualdadade, a monotonia, é mortal, é asfixiante, não é produtivo, não traz dúvidas, muito menos reflexão.
Pode acreditar, as pessoas mais interessantes que você já conheceu são aquelas que não têm certeza de nada na vida. Vivem um dia após o outro, tranquilamente, buscando algo maior sempre, mas não se desesperando com o futuro.
Eu sei que você é assim, eu sei que eu sou assim, eu sei que tem muita gente assim. E quando essas pessoas se encontram elas simplesmente sentam em algum lugar e conversam sobre as inconstâncias de seus seres sem chegar à conclusão nenhuma. Mas conclusões não são nada, perto de uma boa conversa e uma boa companhia.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sorte

Todo mundo tem seu dia de sorte... quem sabe o meu seja hoje, quem sabe seja amanhã. Quem sabe ele já tenha passado há muito tempo e eu nem percebi.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Talvez

O cansaço e a falta de tempo às vezes barram a gente em muitas coisas. Eu queria ter mais tempo de produzir para o mundo, escrever mais, fotografar mais, criar mais, fazer mais as coisas que eu gosto.
Há um bom tempo eu descobri que meu dia tem apenas 24 horas e eu queria que ele tivesse umas 30, pelo menos. Além disso, descobri que dormir 6 horas por dia é o mínimo para poder se ter vida no final de semana. Percebi também que gasto 3 horas diárias no trânsito de São Paulo, mais umas 3 horas com os meus afazeres diários. 
Com todas essas subtrações, me sobram 12 horas pra tentar ser alguém para o mundo, alguém para mim mesma. Parece muito, não? Mas quando paro pra pensar vejo que já se passaram 22 anos e eu nem percebi penso que talvez não seja tanto tempo assim, ou melhor, talvez eu esteja fazendo tantas coisas que nem vejo a vida passar. 
E isso me faz feliz e me conforta. Porque talvez esse tanto de coisas que faço, mesmo que seja escrever nesse blog, sejam úteis no futuro pra alguma coisa. E isso é a minha razão de viver e o motivo de eu querer tanto que as pessoas entendam o quanto é importante produzir para o mundo, para si mesmos, não apenas seguir padrões.
É, talvez eu seja doida, talvez o mundo não concorde comigo ou talvez, bem talvezinho, eu tenha alguma razão.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Divagações

Um universo em descontrução, um planeta em evolução, uma estrela que não brilha em vão. Um amor de imperfeição, um desejo sem explicaçào, um caminho de imprecisão. Um ponto imerso na confusão que é viver.
14/07/07

domingo, 27 de julho de 2008

Ó xente!

Eu gosto de gente. Gosto de gente simples, gente bem educada, gente bem humorada, gente que gosta de gente. Porque tem gente que gosta mais do que cachorro do que de gente. Gosto de tirar fotos de gente, de saber sobre a vida da gente, de falar sobre cada tipo de gente. Mas, acima de tudo, gosto de saber que sou gente.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Serial Messages

É libertador brincar com as palavras. Quer ver só?!

"Cria asa piriquita, treme, treme a tabaca! Jubileu, jubileu! Flâmula de rinoceronte, alface de boi zebu! Come pimentão e vc vai querer dar u..."
Fê - 01/07/08 - 8:33

"A cachola da Carlota não tem mola! Varizes de tomate com sêmem de alcachofra! Liberdade a grade verde..."
Fê - 02/07/08 - 7:01

"O calor q passa na veia da ovelha é a sincronia do jambolão resfriado e o macaco pelado!"
Fê - 03/07/08 - 7:47

"Pimenta azul com leão esclerosado, amanhã já não se sabe a dor do pé de alface!"
Fê - 04/07/08 - 13:08

"A grade verde ficou livre e as 5 freiras cegas não usam mais sempre livre! Morte aos afortunados pinguins banguelas! Viva a grade verde e sinta essa vibe no ar."
Fê - 05/07/08 - 6:42

"O anfíbio q sabia filosofar enrolou a lingua no sofá das freiras cegas, q estavam ali protegendo a grade verde!"
Fê - 06/07/08 - 08:07

"A centopéia q tinha pressa perdeu a cueca! Logo ela q era tão bela virou uma magrela gazela! Qdo o relógio marcar 16:49 diga bem alto: viva a grade verde"
Fê - 07/07/08 - 16:40


"As freiras cegas ficaram carecas, logo agora que a centopéia perdeu a cueca. Cuidado, os afortunados pinguins banguelas comeram a pimenta azul! Esconda a grade verde!"
Fê - 08/07/08 - 7:52

"Hj o jambolão resfriado achou a grade verde! O crocodilo albino e o abacate manco entraram em conflito pra achar a cueca da centopéia! Cuidado, grade verde..."
Fê - 09/07/08 - 8:54

"O macaco pelado gritou com o abacate manco porque este queria beber o sêmem de alcachofra! O susto fez o jambolão resfriado perder a grade verde. FIM"
Fê - 10/07/08 - 16:00

terça-feira, 15 de julho de 2008

Almas errantes

Somos todos almas errantes, jogadas num mundo desconcertante. E ninguém sabe o porquê.
Mas se você quer saber, almas errantes também possuem vidas triunfantes. Pense bem... Tim, Raul, Elis, Cássia e tantos outros exemplos mais que se encaixam aqui. Aliás, acho que quanto mais errante se é, mais triunfante e fulminante é a vida também.
Não estou querendo aqui apoiar nenhuma atitude radical ou anarquista de ninguém, só andei pensando sobre a vida que levamos. Muitas vezes, temos medo de arriscar, de ousar, de falar o que realmente pensamos e, pior, temos medo do desconhecido e da mudança. Ora, ninguém vai pra frente desse jeito, pelo menos é o que eu acredito.
Acho que todos temos esse "quezinho" de loucura, aqueles que não temem em mostrar isso se destacam. Eles podem viver pouco, podem cometer muitos erros, mas tenho certeza que vivem mais intensamente do que qualquer mortal que não se arrista.
Afinal, vale mais sobreviver 100 anos ou viver 50 intensamente? Tudo depende das suas escolhas.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Travessa

A menina de ontem tinha as bochechas redondas, a voz mais aguda, o corpo mais elástico e a vista melhor. A menina de hoje tem os traços mais finos, a voz mais suave, o corpo menos elástico e a vista míope. 
A menina de ontem dançava, cantava, rodopiava e caía ao som de qualquer música, na frente de qualquer pessoa. A menina de hoje dança e canta dentro dela mesma.
A menina de ontem tinha os bonecos, as barbies como amigos. A menina de hoje tem pessoas de verdade que possuem desejos iguais ou diferentes aos da menina.
A menina de ontem mais se surpreendia do que se decepcionava. A menina de hoje continua tentando se surpreender mais, mas o mundo não é mais tão inocente o quanto ela gostaria que fosse.
A menina de ontem não se preocupava com dinheiro, regime, trabalho, estudo... tudo era simples e bom. O pouco era sempre muito e os sonhos eram fáceis de se alcançar. A menina de hoje se preocupa com tudo, tem responsabilidades... nada mais parece simples pra ela e tudo sempre pode melhorar. O mundo é pouco ainda e os sonhos são difíceis, mas não impossíveis.
A menina de ontem era inquieta e inconstante, ela queria descobrir o mundo, achava que a vida era uma grande brincadeira, ela acreditava nas pessoas e era feliz. A menina de hoje é igual a menina de ontem, inclusive, tem os mesmos cachos vermelhos. 

sábado, 12 de julho de 2008

Feliz Des(aniversário)!

Eu achava que quando eu tivesse 20 e poucos anos eu não teria mais espinhas na cara, achava que eu não usaria mais tanto tênis e calça jeans.
Eu achava que meus pais seriam velhos e meus avós muito mais velhos ainda. Achava que seria totalmente independente e que não viajaria mais em família.
Achava que meus irmãos continuariam crianças e achava também que eu teria idéias e desejos completamente diferentes.
No fim, continua tudo tão igual. Agora entendo quando minha mãe fala que ela tem 40 e poucos, mas se sente com 18. Foi só o tempo que passou... nada mais...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Aprenda uma coisa:

A vida é feita de (bons) contatos.

Conselhos para mim mesma

Esses dias vazios, em que você vê todo mundo se dando bem e só você em casa, de pijama, arrumando seu currículo e seu portfólio pela milésima vez, tentando ter idéia de como você vai conseguir ir pra frente, pensando que essa semana você vai ficar mais velha e nada acontece do jeito que você planeja, são deprimentes.
Meus dois únicos conselhos para esses dias são:
1- vá para a academia e desconte tudo nos pesos, você não vai acreditar na força que tem;
2- assista "O escafandro e a borboleta", você vai ver que está mais no que na hora de começar a viver em vez de sobreviver.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

sábado, 5 de julho de 2008

Constatação

E no final, todos estamos sós.

Manhã de 3 de julho

Nuvens. Pedras. Mar. Grama. Click. Felicidade. Pedras. Coragem. Escadas. Lama. Pedras, escorregão, pedras, vôo, pedras, mato, pedras, tombo, terra. Gritos. Choro. Machucado. "Socorro". Corrida. Espera. Sirene. Corrida. Documentos. Táxi. Hospital. Pontos. Arranhões. Raio-X. Homoplata. Faixas. Descanso. Casa. Ufa... ficou tudo bem, seu Alfeu!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Retoques

Então a menina descobriu que o mundo não existia, ele era feito de retoques. As pinturas nos prédios, a maquiagem, os cremes de beleza, as telas mais famosas, os livros, as fotos de revista... nada era real, era tudo photoshop...
O belo puro e simples já não existia, ele estava retorcido, com a cor trocada, com as formas um pouco mais arredondadas, com a luz mais amarelada e tantos outros ajustes a mais.
"Será que algum dia o mundo voltará a ser somente o mundo, sem nada que faça ele parecer outra coisa?" Acho que não... só dentro de algumas pessoas, só dentro dela mesma.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Senhora Dona

Esses dias o 'predero' veio aqui em casa de novo. “Dona Marina, eu falei pro Seu Sérgio que eu não sabia colocar o boxe, mas ele falou pra eu dar um jeito. Ai eu tive que colocar, né Dona Marina, mas eu sabia que não ia ficar bom... deixa eu ver o que aconteceu”.
Estranho esse tipo de respeito, não? Eu não sou dona, nem sequer trabalho tão duro quanto ele, mas ele me trata como se eu fosse superior... ruim, não sou superior, não sou inferior... sou igual. O tratamento dele é bem diferente dos negos da produção do filme que estão gravando aqui no meu prédio. Esses aí, muitas vezes não são nem assistentes, entram na minha casa todo dia, me vêem todo dia e é raro ouvir um cumprimento sequer.
Por que as pessoas tem a mania de se colocarem em degraus só pelo que elas fazem? Eu, hein! Odeio tratar os outros de maneira diferente e odeio que me tratem assim. No fim todo mundo acaba no mesmo lugar: debaixo da terra. É, bem mórbido assim mesmo. Mas não é verdade?
“Pronto, Dona Marina, espero que fique bom agora o boxe. Qualquer coisa pode me chamar de novo. Bom final de semana pra senhora.” É, o boxe realmente ficou bom, acho que eu vou ligar só pra agradecer.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Quem sou eu hoje que não serei mais amanhã:

Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios

E quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem...

Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios.

Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso!

Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim.
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais,
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais!

Os dias que eu me vejo só são dias
Que eu me encontro mais e mesmo assim
Eu sei tão bem: existe alguém pra me libertar!

Condicional - Los Hermanos
Composição: Rodrigo Amarante

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Conto de fadas

Um dia ela acordou, abriu a janela e se apaixonou pelo sol. Seus olhos brilharam, desse jeito bem piegas, como de qualquer pessoa apaixonada. Logo ela, que tinha tudo, mas todas as manhãs acordava triste. Logo ela, que era tão controlada e segura de si. Descontrolou.
Saiu pela rua e olhou para tudo que acontecia a sua volta. Carros, pessoas, plantas, roupas, asfalto, prédios, vidros, sapatos, pegadas, poças, folhetos, anúncios, pinturas, muros, faixas... e tudo mais que só ela podia ver daquele jeito. Sentou na praça em frente a sua casa e olhou para o sol.
Ficou ali olhando para o sol até ele ir embora. Quando isso aconteceu, ela voltou para casa e sentiu a tristeza de se perder uma paixão. Porém, por mais incrível que pareça, a tristeza a deixou feliz. Era a primeira vez que sentia tanta coisa num único dia.
Nesse exato momento, ela se deu conta de que não importava se teria o sol ou não. Nem todo conto de fadas tem um final feliz, o dela não precisava ter também. Ela só precisava ter ela mesma e todas as coisas do mundo, do jeito que elas são, no lugar em que elas estão. E isso bastava. E isso era a felicidade.
Puxou o cobertor da cama, ajeitou o travesseiro e foi fechar a janela. Foi quando ela olhou para o céu e se apaixonou pela lua.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Linha Vermelha

Ela abriu a bolsa de verniz e tirou um pequeno estojo preto. Pegou o espelho, abriu o estojo e começou a passar sua maquiagem. Engraçado como as coisas são, né? Eu sempre faço isso no metrô, mas foi estranho ver aquilo. Era como se eu estivesse assistindo eu mesma.
Primeiro ela pintou as pálpebras de azul. Depois delineou os olhos com um lápis preto bem forte. Aeromoça? Não, não estava indo na direção do aeroporto. Ficou muito tempo passando o lápis e corrigindo os riscos no espelho. Secretária? Acho que não, seu vestido era sério e reto, mas curto demais para se usar num escritório.
Guardou o lápis, checou os detalhes no espelho. Pegou o rímel. Puta? Não tinha postura pra isso e, apesar das sandálias de salto vermelhas de verniz, era recatada, talvez até retraída. Passou a tinta preta nos cílios para que ficassem curvos. Dona de casa? Definitivamente não. Tinha feição de mulher independente, trabalhadora, nem tanto.
Para finalizar a obra, abriu o batm cor de carmim e não passou por todo lábio, apenas corrigiu pequenas falhas. Seria eu mesma? Quem sabe! Eu espectadora de mim. Quantas eus existem pelo metrô?
Colocou os óculos escuros, encostou a cabeça e fechou os olhos pintados.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Feliz dia dos não-namorados

Ele: "Quando eu chego em casa nada me consola, você está sempre aflita. Lágrimas nos olhos de cortar cebola, você está tão bonita. Você traz coca-cola eu tomo, você bota a mesa eu como, eu como, eu como. Eu como eu como, você"

Ela: "Você não está entendendo nada do que eu digo. Eu quero ir embora, eu quero é dar o fora. Eu quero que você venha comigo todo dia, todo dia."

Eles: Os opostos dispostos que se atraíram.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Cotidiano I

Toca o interfone.
"Alô, bom dia!"
"Oi, quem tá falando?"
"É a Marina."
"Marina, é o pessoal do apartamento 91."
"Moço, eu sou do apartamento 91."
"Ah... é o 'predero'."
"Pode mandar subir."

E assim se faz a comunicação.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ode à futilidade

No pequeno espelho cor-de-rosa olho as imperfeições de um roso marcado pelas inquietações do viver. Sim, eu sei que rugas, espinhas e marcas de expressão não são nada perto das marcas dentro de d'alma de um ser. Mas, por que isso me incomoda tanto? Incomoda tanto quanto a ignorância sobre algum assunto novo, quanto a falta de fôlego pra correr, quanto a falta de privacidade dentro de pequenos universos cotidianos, quanto a vontade de ter algo que não se pode. Incomoda porque me deixa insatisfeita, porque se choca com o meu padrão de correto, belo e admirável...
Eu odeio admitir que o meu ser está tão ligado aos padrões da sociedade moderna (ou pós-moderna), mas ele está. Droga! Quer saber... todos os seres estão e isso me conforta. Olho a rua pela janela do ônibus e ligo o rádio de novo em alguma estação pop.

sábado, 7 de junho de 2008

O Começo

Eu quero o mundo. Não adianta me pedir para não querer, não adianta me falar que é impossível. Eu quero o impossível. Todos queremos o impossível. A vida é feita disso. Eu não quero o tudo, o tudo é fácil. Difícil é querer o nada. Difícil é falar sobre nada. Difícil é não ter foco em nada. Assim sou eu. Assim é a vida. Assim é este blog. Tudo sobre nada! A descontrução de qualquer linha reta, de qualquer fio de meada. Pensamentos, idéias e escritos feitos n'água.